12 de abr. de 2020

INDÚSTRIA 4.0

A NOVA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL CHEGOU
Indústria 4.0
A 1ª Revolução Industrial aconteceu a partir do ano de 1780 e trouxe o aprimoramento de máquinas a vapor e linhas de montagem. 90 anos depois, a 2ª Revolução deu início ao uso de energia elétrica, aço e motores movidos à combustíveis fósseis. Por volta de 1970, a 3ª Revolução Industrial mudou o mundo com o avanço de tecnologias e sistemas computadorizados. Agora, a 4ª Revolução está presente e é conhecida como Indústria 4.0.
De acordo com o Ministério da Economia (ME), a quarta revolução industrial vai trazer um impacto mais profundo e exponencial do que as três primeiras. Henrik von Scheel, um dos criadores do termo Indústria 4.0 e autoridade em estratégia e competitividade, afirma que a nova revolução vai modificar de vez a vida humana. “Basicamente, vai alterar a nossa forma de viver, trabalhar, consumir, negociar, investir e o modo de nos relacionar com os outros”, assegura.
A Indústria 4.0 é o conjunto de tecnologias que permitem a fusão do mundo físico, digital, virtual e biológico. Apesar das transformações tecnológicas, a base das mudanças decorrentes da 4ª Revolução Industrial não são máquinas. “Não são robôs ou inteligência artificial, o ser humano é o centro da Indústria 4.0”, garante von Scheel.
O termo Indústria 4.0 surgiu pela primeira vez na Feira Industrial de Hannover, em 2011. Após dois anos, o grupo ministrado pelos físicos e empresários Siegfried Dais e Henning Kagermann, com o apoio do Governo Federal Alemão, publicou um trabalho na mesma feira sobre o desenvolvimento da Indústria 4.0. O conceito integra as principais inovações tecnológicas dos campos de automação, controle e tecnologia de informação, aplicadas aos processos de manufatura.
A Indústria 4.0 é um novo paradigma que combina técnicas avançadas de produção e operações com sistemas digitais inteligentes. Com isso, é possível vermos empresas digitais não só interligadas e autônomas, mas com capacidade de se comunicar, analisar e usar dados para impulsionar ações inteligentes adicionais de volta ao ambiente físico.
Estudos da consultoria McKinsey revelam que inserir métodos 4.0 podem otimizar a produtividade das indústrias e aumentar a qualidade e a precisão de 15% a 35%. Com isso, vemos produtos mais adequados às necessidades e desejos dos consumidores e não necessariamente a um preço muito acima em função da maior eficiência.

Princípios da Indústria 4.0

Existem alguns princípios que configuram o que chamamos hoje de quarta revolução industrial. Para garantir que seu negócio esteja de acordo com o preceito, ele precisa seguir essas características:
Interoperabilidade: a capacidade de máquinas, dispositivos, sensores e pessoas de conectar e comunicar através da Internet das Coisas (IoT) e Computação em Nuvem.
Descentralização: a habilidade de sistemas ciber-físicos de tomar decisões por conta própria e executar tarefas da forma mais autônoma possível.
Assistência Técnica: habilidade de sistemas de assistência de ajudar humanos ao agregar e visualizar informações sobre a fábrica e, então, sugerir soluções. Além da capacidade de sistemas ciber-físicos de apoiar fisicamente os seres humanos em tarefas exaustivas ou inseguras.
Virtualização: a habilidade de sistemas de informação de criar cópias virtuais das fábricas inteligentes. Permitindo a rastreabilidade e monitoramento remoto de todos os processos.
Capacidade em tempo real: coletar e analisar dados e entregar conhecimento derivado dessas análises de forma instantânea, permitindo a tomada de decisões em tempo real.
Modularidade: adaptação flexível das fábricas inteligentes para requisitos mutáveis através da reposição ou expansão de módulos individuais.

As principais tecnologias que integram a Indústria 4.0:

  • Sistemas Ciber-Físicos (CPS)
  • Biologia Sintética
  • Internet das Coisas (IoT)
  • Inteligência Artificial (IA)
  • Manufatura Aditiva ou Impressão 3D
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Desenvolvimento da Indústria 4.0

A Indústria 4.0 é ampliada por meio de “ondas”, de acordo com Henrik von Scheel. A quarta revolução industrial tem etapas e cada uma desbloqueia paradigmas para permitir que a próxima “onda” aconteça. Existem, assim, alguns requisitos tecnológicos que abrem espaço para que novas tecnologias surjam. Atualmente, o mundo está no início da 2ª Onda.
  • 1ª Onda (2009-2016): Digitalização (Internet das Coisas), Análises Avançadas, Computação em Nuvem, Realidade Aumentada e Impressão 3D.
  • 2ª Onda (2016-2025): Inteligência Artificial, Sistemas Autônomos, Blockchain, Comunicação 6G e Futuro da Energia.
  • 3ª Onda (2025…): Segurança Cibernética, Neurotecnologia, Nanotecnologia, Computação Quântica e Bioinformática.

Perspectivas para o desenvolvimento da Indústria 4.0 no Brasil

Gerando ganhos de eficiência, redução nos custos de manutenção de máquinas e consumo de energia, a Indústria 4.0 tem o potencial de modificar de forma significativa o país. De acordo com o levantamento da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), a estimativa anual de redução de custos industriais no Brasil, a partir da migração da indústria para o conceito 4.0, será de, no mínimo, R$ 73 bilhões/ano.
Conforme Caio Megale, secretário de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação do ME, o governo federal vai tentar criar um ambiente favorável para que o setor privado avance rumo à modernidade. “É preciso reduzir a insegurança jurídica, aprimorar o marco regulatório da inovação e apoiar empresas com programas de qualificação de gestão e de capital humano”, afirmou Megale.
O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) publicou uma carta alegando que a Indústria 4.0 é a grande oportunidade para a indústria brasileira ser mais produtiva, por meio de tecnologias digitais que vão ajudar as empresas a aprenderem e serem mais ágeis.
Entretanto, ainda existem grandes desafios. Segundo o ranking Global Innovation Index (GII), lista que mede o nível de inovação dos países, o Brasil ocupa o 66º lugar entre 129 posições. A Indústria 4.0 requer medidas necessárias, como, por exemplo, viabilizar infraestrutura e levar banda larga para mais de duas mil cidades do Brasil.
Sobre esses desafios e setores que o Brasil precisa desenvolver para fomentar um ambiente agradável para o progresso da Indústria 4.0 no país, o Digitalks conversou com especialistas e representantes de marcas que já atuam com a 4ª Revolução Industrial. Veja a seguir comentários sobre as dificuldades, expectativas e insights de como enfrentar barreiras para implementar métodos 4.0.

Matheus Arantes, gerente da Engenharia Elétrica e Eletrônica da Volkswagen Brasil

“As perspectivas são muito boas. A Volkswagen tem como objetivo trazer soluções que aprimorem ainda mais a experiência do cliente, seja no momento de compra do seu carro, como no seu relacionamento com o produto no dia a dia. Temos como um dos pilares o uso da tecnologia, que é um ponto importante da 4ª Revolução Industrial no Brasil, para simplificar a vida dos consumidores e pensar em novos modelos de negócios focados, entre outros temas, no futuro da mobilidade.
Estamos trabalhando há pouco mais de um ano na construção e na implementação da Nova Volkswagen: empresa ainda mais ágil, eficiente, inovadora e ainda mais próxima de seus públicos. Posso citar um exemplo de como aplicamos essa metodologia: […], desde que iniciamos os processos rumo à indústria 4.0, aumentamos de 50% para 70% o nível de automação em nossas fábricas e reduzimos em até nove meses o tempo de desenvolvimento de novos projetos.”

André Rabelo Sousa, Gerente de Digital do Burger King Brasil

“Uma grande parte das empresas (brasileiras) já entendem a necessidade de transformar e adaptar seus negócios para um mundo mais digital. Porém, os dois principais desafios da indústria 4.0 no Brasil são: apesar da tendência de queda, o alto investimento das tecnologias disponíveis e talentos digitais para viabilizar novos modelos.
(No Burger King) um dos pontos mais importantes é ter o cliente como foco principal no negócio. E a partir disso, desenhamos e implementamos uma estratégia omnichannel, adotando cada vez mais novas tecnologias em toda a operação do Burger King. Criamos também estruturas mais horizontais com times multidisciplinares e privilegiando uma estratégia e gestão cada vez mais baseadas em dados.”

Marcelo Trevisani , CMO LATAM da CI&T

“Há grandes oportunidades para pequenas, médias e grandes empresas avançarem rumo à Indústria 4.0. A adoção de tecnologias disruptivas por empresas brasileiras já é realidade, como revelou a pesquisa Business Impact Insights, em abril deste ano, realizada pela CI&T em parceria com o Opinion Box – o estudo reuniu opiniões de cerca de 200 executivos, sendo 100% em cargos de liderança. Dentre as tecnologias que vêm sendo incorporadas nas estratégias dos empreendedores, estão a Inteligência Artificial (60%), Analytics e Big Data (46%), Internet das Coisas (41%), Blockchain (36%), Realidade Aumentada e Realidade Virtual (34%), e Chatbot (27%). Assim, esse cenário demonstra o quanto as empresas estão ávidas para criar ambientes de produção cada vez mais hiperconectados e evoluir seus processos no nosso país.
(…) Trabalhamos lado a lado com grandes empresas em sua jornada de Transformação Lean Digital para migrar seus negócios para a era da indústria 4.0. Promovemos mudanças de cultura e mindsets com o intuito de resolver questões complexas, evoluir e tornar mais ágeis processos produtivos e construir soluções inovadoras, experiências diferenciadas e personalizadas que entregam mais valor aos consumidores. Com isso, as empresas passam a estar mais próximas de seus clientes, aumentando sua satisfação e fidelização.”

Daniel Amaral, Professor da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado – FECAP

“Acredito que existem dois principais desafios da Indústria 4.0: investimento e mão de obra. Primeiramente, todos sabem que, no longo prazo, a Indústria 4.0 irá ajudar na eficiência e otimização das fábricas, mas para adaptá-las hoje são necessários altos investimentos, ou seja, um desafio é realmente a empresa ter a consciência e também a capacidade de investir agora para poder usufruir das vantagens da Indústria 4.0 no futuro.
Em segundo lugar, temos também o desafio da mão de obra, pois infelizmente em alguns setores há uma falta de mão de obra especializada e, com a indústria 4.0, novos conhecimentos e capacitações serão exigidos, o que poderá ser um problema para muitas empresas. A melhoria na educação e capacitação são primordiais para não enfrentarmos problemas dentro da indústria 4.0 no país.”

Leandro José Morilhas, Coordenador Geral de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão na FIA de Administração e Negócios (FFIA) na Universidade de São Paulo – USP

“O Brasil precisa investir em educação, inovação, pesquisa e desenvolvimento de produtos inteligentes e conectados. É necessário promover a cultura do empreendedorismo, dedicar-se ao investimento em sistemas de pesquisa e aumentar a produtividade. Mas em primeiro lugar, é fundamental investir em educação e capacitar pessoas para utilizarem os robôs e máquinas. Investir em habilidades mais refinadas.”

Luis Pilli, Head da Pós Graduação em Marketing na Business School São Paulo – BSP

“De forma geral, a indústria 4.0 pode ser mais uma janela de desenvolvimento para um país que já desperdiçou algumas oportunidades. Aproveitar a Revolução Industrial requer ousadia de empresários, articulação de uma visão de futuro para o país que passa pela formulação de políticas públicas que incentivem a digitalização e eliminem restrições estruturais à Indústria 4.0. As transformações que ocorrerão no funcionamento das sociedade e nos estilos de vida das pessoas serão profundos, os desafios são grandes e precisam ser enfrentados com coragem, criatividade e muito conhecimento.”

Henrik von Scheel, Criador da Indústria 4.0

“Estamos em um mercado global onde as habilidades, o preço e a concorrência são regras. 35% das competências exigidas para empregos nas indústrias vão mudar até 2020. E pelo menos um em cada quatro trabalhadores nos países da OCDE já está relatando uma incompatibilidade de habilidades exigidas, na verdade, por seus empregos atuais. A questão é: o que será em alta demanda em dois a cinco anos? Estamos nos movendo para uma era em que a mentalidade é mais importante do que habilidades.”

Gabriel Dias
é jornalista formado no Centro Universitário de Brasília – UniCEUB. Analista de Conteúdo no grupo Digitalks, Gabriel também tem experiência nas áreas de jornalismo político. Trabalhou em agências de comunicação e na Câmara dos Deputados. Gosta de produzir conteúdos digitais e foca no Marketing Digital 

23 de mar. de 2020

A IMPORTÂNCIA de ESTUDAR:


- BIOLOGIA: entender o que é um vírus e como atua no corpo humano, diferenciar vírus bactéria e germe.
- MATEMÁTICA: entender a curva de crescimento da contaminação, análise de gráficos, PA e PG.
- SOCIOLOGIA: analisar  como os governantes deveriam atuar neste momento!!!
- FILOSOFIA: questionar se sua conduta está de acordo com o momento que estamos passando.
- HISTÓRIA: entender-se como sujeito histórico , analisar como o mundo foi afetado com outras pandemias que já ocorreram.
- GEOGRAFIA: compreender a rota de contaminação do vírus e a cultura de cada país.
- LÍNGUA PORTUGUESA : saber e interpretar o que é confinamento social.
- ARTES: entreter-se durante o confinamento e também valorizar a criatividade e o dinamismo empregado neste momento de crise.
- EDUCAÇÃO FÍSICA: sentir o quão é importante a atividade física para a imunidade
- QUÍMICA: analisar e entender como as substâncias podem ajudar ou atrapalhar o tratamento.
- FÍSICA: compreender o funcionamento de um respirador mecânico.

Use o confinamento para refletir sobre a importância do conhecimento.

VALORIZE A ESCOLA E SEUS PROFESSORES!
(autor desconhecido)


1 de mar. de 2020

Mapas Mentais


Mapas Mentais: Tudo o que você precisa saber!


O tempo todo somos bombardeados com várias informações, e nosso cérebro só “guarda” aquilo que ele acredita que possa ser o mais importante! 
Um método eficiente para garantir uma melhora na memorização e aprendizagem nos estudos. é o MAPA MENTAL!
Mas afinal, você sabe o que é e como funciona um mapa mental?! Vamos te explicar esse método incrível para que você possa garantir uma aprendizagem mais significativa e eficiente.

O que são Mapas Mentais?

Os mapas mentais, ou “mapas da mente” é o nome dado para um tipo de diagrama criado pelo inglês Tony Buzan. Os mapas mentais são voltados para a gestões de informações e de conhecimentos. São representações livres de pensamentos que se dividem a partir de um conceito central, para compreensões e soluções de problemas, melhorando a memorização e o aprendizado.
Os mapas mentais podem variar de simples a elaborados, podendo ser desenhados à mão ou no computador, incluindo fotos, desenhos, linhas curvas de espessuras variáveis e conterem diversas cores.
Compreendemos que os mapas mentais são essenciais na hora do estudo, pois reduz, simplifica e seleciona as informações que serão mais relevantes referente ao que está sendo estudado, ajudando nosso cérebro a fazer novas associações velozmente. Melhorando as conexões entre os conceitos-chave, tornando a criatividade mais fluente.
mapas mentais!

Qual a importância dos Mapas Mentais?

Ao fazermos os mapas mentais, estamos trabalhando com os dois lados de nosso cérebro, o lado racional e o lado criativo, fazendo toda diferença nos estudos. É um método eficaz, melhorando a memória e a compreensão através da representação visual de informações.
Os mapas mentais podem ser usados na hora de expressar suas ideias, de uma maneira mais simples, rápida e direta. Com ele você pode fazer conexões, tendo uma visão mais ampla do assunto e uma rápida compreensão do tema que vem sendo estudado.
Melhorando a produtividade em seus processos de conhecimentos e organização na produção de conteúdo, desenvolvendo uma melhora na concentração, na absorção e lidando melhor com o excesso de informações, tornando um filtro eficaz para os estudos.
Mapa-mental-sobre-mapas-mentais

Como criar Mapas Mentais?

Elaboramos 05 (cinco) elementos que são essenciais e devem estar presentes na criação do seu Mapa Mental!
1º Ideia Central: Todo mapa mental se inicia com uma ideia central, essa ideia é o “tema” do mapa mental. Dê início ao mapa mental sempre no centro da folha, preferencialmente no formato horizontal, dessa maneira você terá mais espaço livre para desenvolvimento do seu mapa;
2º Ramificações: Assim que definida a ideia central, comece a criar as ramificações. Serão as conexões entre a ideia central e as ideias secundárias, assim por diante. Para um melhor entendimento, imagine como uma árvore e todos os seus galhos interligados ao tronco;
3º Palavras-Chaves e Imagens-Chaves: As palavras-chaves e imagens-chaves serão responsáveis pela ativação da nossa memória, fazendo com que nosso cérebro se assimile e memorize as informações, sintetizando o conteúdo. Evite colocar frases longas nos mapas mentais, pois o objetivo das palavras-chaves e imagens-chaves são ativar nossa memória e não passar informação completa;
4º Cores: Para uma melhor facilidade de compreensão utilize cores nos mapas mentais, isso permitirá que nosso cérebro tenha mais atenção ao mapa mental. É recomendado que defina uma cor para cada ramo principal, o cérebro terá uma melhor associação;
5º Edição: Faça quantas edições forem necessárias para ter mapas mentais completos e que possa ajudar você ao máximo para alcançar seus objetivos.

Como usar os Mapas Mentais nas revisões?
Os mapas mentais devem ser revisados da seguinte maneira:
♦ Revise os mapas mentais todos os dias nos primeiros 30 (trinta) dias;
♦ Após esse período, revise-os uma vez a cada 15 (quinze) dias, durante 06 (seis) meses;
♦ Depois desse período, revise-os uma vez por mês, por até 01 (um) ano;
♦ E por final, revise-os uma vez por semestre, ou pelo tempo que deseja manter as informações na mente.
Sabemos que construir mapas mentais exigirá um tempo até que você consiga dominar a técnica, porém acreditamos no seu potencial e temos certeza que aprenderá rapidamente e em menos tempo do que espera.

autor: Equipe Nova Concursos

A raposa iluminista

Iluminismo

Desenhando o Iluminismo







História e Origem do Carnaval

História e Origem do Carnaval

Juliana Bezerra
Carnaval tem sua origem na Antiguidade com festas aos deuses onde se permitia uma alteração na ordem social.
Desta maneira, os escravos e servos assumiam os lugares dos senhores e a população aproveitava para se divertir.
Embora seja conhecido como o país do Carnaval, o Brasil não é o único a comemorá-lo de forma intensa.
Cidades como Veneza (Itália), Nice (França), Nova Orleans (EUA), Ilhas Canárias (Espanha), Oruro (Bolívia) e Barranquilla (Colômbia), também celebram a festa de forma bem animada.

Origem do Carnaval: como surgiu a festa

Teoria 1: Na Babilônia

A história do Carnaval pode ter origens babilônicas. Para alguns estudiosos, o Carnaval teve origem na Babilônia através da comemoração das Saceias. Nessa festa, concedia-se a um prisioneiro que assumisse a identidade do rei por alguns dias, sendo morto ao fim da comemoração.
Igualmente, na Babilônia, havia uma celebração, no templo do deus Marduk, quando o rei era agredido e humilhado, confirmando a sua inferioridade diante da figura divina.

Teoria 2: Na Grécia

Outros historiadores acreditam que o Carnaval teve início na Grécia por volta de 600 a.C., na altura em que era comemorado o princípio da primavera.

Teoria 3: Em Roma

Há, entretanto, suposições de que a sua origem decorre da Saturnália, em Roma, ocasião na qual as pessoas se mascaravam e passavam dias a brincar, comer e beber.

A evolução do Carnaval

Com a ascensão do cristianismo, as festas pagãs ganharam novos significados. Assim, o Carnaval tornou-se a oportunidade dos fiéis despedirem-se de se alimentarem de carne. Inclusive, a palavra carnaval vem do latim carnis levale que significa “retirar a carne”.
Para a Igreja Católica, o Carnaval antecede a Quaresma, o período de quarenta dias antes da Páscoa, onde se recorda o momento no qual Jesus esteve no deserto e foi tentado pelo demônio.
Carnaval de Veneza
O Carnaval de Veneza se caracteriza pelos bailes e trajes ricamente elaborados
Desde o início da sua comemoração, no Carnaval, as pessoas podiam esconder ou trocar de identidade.
Assim, tinham maior liberdade para se divertir, ao mesmo tempo que podiam adquirir características ou funções diferentes do que eram verdadeiramente: pobres podiam ser ricos, homens podiam ser mulheres, entre outros.
Máscara de Carnaval em meio a confetes e serpentinas
Máscaras de Carnaval eram usadas para esconder a identidade
Em Veneza, os nobres usavam máscaras para poder desfrutar da festa junto do povo e manter sua identidade oculta. Esta é a origem do uso da máscara, que é uma característica marcante desta celebração.

Origem do Carnaval no Brasil

No Brasil, o Carnaval surgiu com o entrudo trazido pelos portugueses. Este consistia numa brincadeira quando as pessoas atiravam água, farinha, ovos e tinta uma nas outras.
Por sua parte, os africanos escravizados se divertiam nestes dias ao som de batuques e ritmos trazidos da África e que se mesclariam com os gêneros musicais portugueses. Esta mistura seria a origem da marchinha de carnaval e do samba, entre muitos outros ritmos musicais.
Jogos do entrudo. Aquarela de Augustus Earle (1822)
Jogos do entrudo. Aquarela de Augustus Earle (1822)
No começo do século XX, com o objetivo de civilizar a festa, a prática de lançar farinha e água foi proibida. Por isso, as pessoas começaram a importar dos carnavais de Paris e Nice o costume de jogar confetes, serpentinas e buquês de flores.
Com a popularização dos automóveis, as famílias mais abastadas do Rio de Janeiro, Salvador ou Recife, saíam com os carros e jogavam confetes e serpentinas nos passantes.
Esta tradição se manteve até a década de 30, quando se registrou o fim da fabricação dos automóveis descapotáveis e também pelo barateamento dos veículos que permitiam as classes populares entrar na festa.
Com o surgimento do choro e da releitura de ritmos europeus, o Carnaval de rua era animado pelas marchinhas. Este é um gênero musical parecido às marchas militares, porém mais rápidas e com letras de duplo sentido. Desta maneira, criticam a sociedade, a classe política e a situação do país de maneira geral.
Considera-se que a primeira marchinha de Carnaval sejam "Ó Abre Alas", escrita em 1899 pela compositora carioca Chiquinha Gonzaga.
Surgem os "ranchos", as "sociedades carnavalescas" e os "cordões", agrupações de foliões que saíam pelas ruas da cidade tocando as marchinhas e fazendo todos dançarem.
Com a popularização do rádio, as marchinhas caíram no gosto popular. Vários cantores registraram estas composições, mas cabe destacar os nomes de Carmem Miranda e Francisco Alves como os maiores intérpretes do gênero.
Na década de 60, a marchinha deu lugar ao samba-enredo das escolas de samba.
Carmem Miranda (1909-1955), cantora, dançarina e atriz luso-brasileira
Carmem Miranda (1909-1955), cantora, dançarina e atriz luso-brasileira, conhecida como a Pequena Notável

Escolas de Samba

A primeira agremiação que surgiu no Rio de Janeiro se chamava "Deixa Falar", hoje "Estácio de Sá", em 1928.
A origem do nome "escola" se dá ao fato que os fundadores da "Deixa Falar" estavam num bar em frente a uma escola.
Hoje em dia, elas recebem o nome oficial de "Grêmio Recreativo Escola de Samba", pois têm o compromisso de difundir a cultura na comunidade onde estão inseridas.
O Carnaval de rua no Rio de Janeiro sofreu um golpe definitivo com a construção do "Sambódromo", que confinava os desfiles a este espaço. A festa passou a ser transmitida pela TV e os ingressos ficaram cada vez mais caros.
Desfiles de samba das escolas de samba, no Rio de Janeiro
Os desfiles de samba das escolas de samba, no Rio de Janeiro, acontecem na marquês de Sapucaí e terminam na Praça da Apoteose
O Carnaval de rua sobrevivia nos subúrbios com grupos como o "Cacique de Ramos", no centro da cidade, através de blocos como o "Cordão do Bola Preta" e os "Carmelitas". Na Zona Sul carioca, havia a "Banda de Ipanema" e mesmo o "Imprensa que eu Gamo", formado por profissionais da comunicação.
Parecia que a festa carioca mais popular estaria destinada aos turistas, mas um grupo de teatro amador, o Boitatá, ressurgiu com o costume de arrastar os foliões pela rua. Atualmente, quase 500 blocos desfilam pelas ruas cariocas.

Carnaval no Nordeste do Brasil

Por ser um país de dimensões continentais, cada região do Brasil comemora o Carnaval de uma maneira diferente.
Duas capitais nordestinas, Salvador e Recife, destacam-se pela beleza de sua festa, a diversidade cultural e musical.

Carnaval de Salvador

Em Salvador, os trios elétricos fazem a alegria dos foliões. Sua origem está ligada às batalhas de flores e aos corsos.
O primeiro trio elétrico foi inventado pelos músicos Dodô e Osmar, em 1950, quando utilizaram amplificação elétrica para seus instrumentos musicais. A partir daí, os demais carros fizeram o mesmo.
Dodô e Osmar animam o carnaval baiano em 1952
Dodô e Osmar animam o carnaval baiano em 1952
Se no Rio de Janeiro as marchinhas deram a tônica da festa, na Bahia o samba, a batucada, o axé, a timbalada e os grandes grupos de percussão como os "Filhos de Gandhi" são a marca da festa baiana.

Carnaval em Recife e Olinda

A festa carnavalesca da capital de Pernambuco e da cidade de Olinda é animada pelo frevo. Igualmente, os recifenses utilizam os bonecos gigantes nos seus desfiles.
Este bonecos têm origem na Europa, pois em países como a Espanha, são confeccionados enormes figuras de reis, rainha e a corte que passeiam pela cidade em certas festas religiosas.
A cada ano, as agremiações lançam novos rostos como jogadores de futebol, atores, personalidades que faleceram, heróis dos quadrinhos, etc.
Igualmente, os bonecos são usados para fazer crítica social e é comum ver políticos retratados por estes artistas.
Bonecos gigantes, marca do Carnaval de rua de Olinda
Bonecos gigantes, marca do Carnaval de rua de Olinda (Pernambuco)

Curiosidades sobre o Carnaval

  • O desfile de corso ainda é uma tradição mantida no Carnaval de Teresina, no Piauí.
  • Na década de 80, cidades como São Paulo e Porto Alegre também construíram "sambódromos" para o desfiles de suas escolas de samba.

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    Juliana Bezerra
    Juliana Bezerra
    Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.