8 de ago. de 2019

Inconfidência Mineira


O ano de 1789 foi um marco para a história ocidental. A data marca o início da Revolução Francesa, momento no qual os ideais iluministas já presentes anteriormente na Independência dos E.U.A. (1776) ganharam ainda mais força e tomaram de assalto o poder das mãos do rei francês Luís XVI, iniciando o processo revolucionário que daria início a Idade Contemporânea (1789-).
A repercussão da Revolução Francesa atravessaria o oceano atlântico e respingaria também no Brasil, tendo como sua maior expressão a Inconfidência Mineira (1789). Também conhecida como Conjuração Mineira, a revolta nunca chegaria a acontecer, uma vez que foi delatada por um de seus participantes, e, no entanto, seria um marco nas lutas de insatisfação daqueles que moravam na colônia contra o controle metropolitano.Para que se possa compreender melhor a revolta, devemos entender os motivos que levaram a população mineira planejar um levante armado contra a coroa portuguesa, voltando um pouco mais no tempo.
Várias imagens que representaram Tiradentes nitidamente o associaram à figura de Jesus Cristo.
Várias imagens que representaram Tiradentes nitidamente o associaram à figura de Jesus Cristo.
Em primeiro lugar, deve-se ter em mente o motivo pelo qual a Inconfidência aconteceu em Minas Gerais e não em outro território do Brasil. Com a falência da produção de açúcar no nordeste brasileiro, o ouro se tornou o principal meio de acumulação de riquezas por parte da Coroa portuguesa entre os anos finais do século XVII e início do século XVIII. Apesar de outras regiões também possuírem grandes reservas auríferas, Minas Gerais era, sem dúvida, a província que mais possuía ouro. Com a extração do minério, diversos bens e serviços se desenvolveram paralelamente, devido ao imperativo de satisfazer as necessidades mais básicas daqueles que viviam do comércio e extração aurífera.
A partir da segunda metade do século XVIII, o processo de extração do ouro começava a dar sinais de que entraria em colapso em pouco tempo. A maneira predatória de exploração nas minas, somando-se aos gastos cada vez mais exorbitantes da Coroa acarretaram um aumento na cobrança de impostos e em um descontentamento geral entre a população, não só de Minas Gerais, mas também de outras regiões. Todavia, Minas Gerais se mostrava a província mais rebelde, e havia sido palco de vários movimentos questionadores anteriormente como as revoltas de Vila Rica ou Revolta de Felipe dos Santos (1720), de Curvelo (1760-1763), de Mariana (1769), e de Sabará (1775), todas ligadas ao processo de exploração do ouro e aos atritos dos viventes com os representantes da Coroa.
Uma das poucas imagens de Tiradentes que o retratam com um ar altivo. Talvez seja a que melhor represente realmente a sua aparência real.
Uma das poucas imagens de Tiradentes que o retratam com um ar altivo. Talvez seja a que melhor represente realmente a sua aparência real.
No ano de 1783, D. Luís da Cunha Meneses foi indicado para o cargo de governador da capitania de Minas Gerais. De caráter austero e violento, Luís Meneses aumentou a fiscalização sobre a produção aurífera dado ao fato de que a arrecadação da Coroa portuguesa não mais satisfazia suas necessidades. Ainda que o grande motivo apontado fosse o contrabando, que realmente era muito presente no Brasil, as jazidas de ouro encontravam-se já esgotadas após décadas de exploração.
Esta é uma imagem muito interessante, pois mostra ao mesmo tempo um Tiradentes associado à Jesus ao mesmo tempo em que ele resiste a sua prisão.
Esta é uma imagem muito interessante, pois mostra ao mesmo tempo um Tiradentes associado à Jesus ao mesmo tempo em que ele resiste a sua prisão.
Ao apontar a sonegação como principal problema a ser enfrentado, a Coroa portuguesa decretou a “derrama”,que nada mais era do que a cobrança compulsória de impostos de todos aqueles que se encontravam na capitania (ainda que não participassem do processo de extração aurífera) até que a soma de 100 arrobas de ouro (1.500 kg) fossem atingidas.
Ao saberem da informação, alguns membros das classes mais abastadas de Minas Gerais assim como figuras de notório conhecimento, começaram a confabular uma revolta com a instauração da derrama. Faziam parte desse grupo de proprietários rurais, intelectuais, clérigos e militares,  o contratador Domingos de Abreu Vieira, os padres José da Silva e Oliveira Rolim, Manuel Rodrigues da Costa e Carlos Correia de Toledo e Melo, o cônego Luís Vieira da Silva, os poetas Cláudio Manuel da Costa, Inácio José de Alvarenga Peixoto e Tomás Antônio Gonzaga, o coronel Francisco Antônio de Oliveira Lopes, o capitão José de Resende Costa e seu filho José de Resende Costa Filho, o sargento-mor Luís Vaz de Toledo Pisa e o alferes Joaquim José da Silva Xavier, cujo apelido eram “Tiradentes” e viria a ser tornar o principal nome da inconfidência futuramente.
Influenciados pelos ideais iluministas e pelo sucesso da Independência dos E.U.A. (1776) e da Revolução Francesa (1789), seus líderes passaram a se reunir em suas próprias casas planejando libertar o Brasil do domínio português. Nessas reuniões discutia-se os rumos para o Brasil após a sua emancipação, uma Constituição própria e quais as formas de governo poderiam ser aqui adotadas e até chegaram a elaborar a bandeira desse novo país: sua cor seria o branco (símbolo de liberdade) com um triângulo ao centro e com os dizeres “Libertas Quæ Sera Tamen” (liberdade ainda que tardia); bandeira hoje símbolo oficial do estado de Minas Gerais.  Cabe aqui destacar que não havia consenso sobre alguns temas polêmicos, como a abolição da escravidão, apenas defendida pelos membros mais baixos da revolta, um deles, Tiradentes.
Imagem representando a leitura da sentença de Tiradentes. Mais uma vez ele é associado a uma imagem sagrada, ressaltando a injustiça da pena.
Imagem representando a leitura da sentença de Tiradentes. Mais uma vez ele é associado a uma imagem sagrada, ressaltando a injustiça da pena.
Com a proximidade da ocorrência derrama, um dos inconfidentes, Joaquim Silvério dos Reis, denunciou seus companheiros em troca do perdão real, o que seria copiado por outros membros da revolta.  Após a instauração da devassa (nome dado aos autos do processo) iniciou-se o processo de julgamento dos acusados no qual todos alegaram não ter participado da trama, menos Tiradentes.
Por ser o único a assumir sua parcela de culpa bem como o único pobre dentre os cabeças do movimento, Tiradentes foi condenado à forca, tendo seus membros despedaçados e expostos na cidade de Vila Rica, atual Ouro Preto. Seus braços e pernas foram colocados em cada um dos cantos da cidade e sua cabeça foi posta no centro da cidade. Um detalhe curioso é que em um momento de descuido dos guardas, a cabeça de Tiradentes sumiu, sendo seu paradeiro desconhecido até os dias atuais.
Imagem retratando o corpo esquartejado de Tiradentes.
Imagem retratando o corpo esquartejado de Tiradentes.
Como legado, a Inconfidência Mineira destaca-se por ter inaugurado um novo tipo de revolta, ao propor umaruptura de fato entre Brasil e Portugal e um projeto de país autônomo. Essas revoltas ficariam conhecidas também como revoltas emancipacionistas. A partir de então,Portugal viria a ter mais dificuldade para controlar a sua colônia mais importante, a mentalidade dos colonos começaria a mudar frente à exploração colonial, e, pouco tempo depois, em 1822, o Brasil se tornaria de fato um país independente.
Vinicius Carlos da Silva

6 de ago. de 2019

Independência da América Espanhola


Independência da América Espanhola
Independência da América Espanhola
As origens do movimento de independência na América espanhola
Durante o período colonial alguns setores da população crioula (descendentes espanhóis nascidos nas Américas) tornou-se cada vez mais frustrados com o domínio espanhol.
Seu descontentamento cresceu a partir da crença de que a ambição local e prosperidade foram reprimidas pelo colonial administrativo, fiscal e política comercial e o status superior conferido aos residentes de origem espanhola. Outra queixa foi a expulsão dos jesuítas em 1767 pela Coroa espanhola, a fim de garantir o seu poder nas colônias.
A ocupação da Espanha por Napoleão, em 1808, abriu o caminho para a independência dos territórios da América espanhola.
A crise constitucional na Espanha causado pela prisão de Fernando VII na França ea imposição de José Bonaparte no trono espanhol criou uma oportunidade para os crioulos para proclamar a sua independência da Espanha.
Revoltas generalizada e guerra civil eclodiu em toda a região e juntas (órgãos de governo locais) tomou o assunto em suas próprias mãos.
Fernando VII voltou ao trono espanhol em 1814 e iniciou uma “reconquista” das colônias hispano-americanas, mas a resolução da crise chegou tarde demais para conter a onda de rebelião.

As repúblicas hispano-americanas

Os territórios do século 17 passou por muitas mudanças após as guerras de independência.
As guerras civis entre facções crioulas e disputas territoriais trouxe um longo período de instabilidade.
Na ocasião, a autoridade real espanhola foi temporariamente restaurada. Circunstâncias variaram de região para região, mas a maioria das repúblicas estavam livres do domínio espanhol em meados da década de 1820.
Argentina
O processo de independência começou em 1810 com a criação de uma junta em Buenos Aires. A independência nacional foi declarada em 1816.
Bolívia
Anteriormente conhecida como Alto Peru. Em 1809, um levante revolucionário em Chuquisaca foi colocado para baixo. Lutando contra as forças espanholas durou até 1825.
Chile
A junta foi formada em Santiago, em 1810, mas o Chile foi retomada pelos espanhóis em 1814 Independência foi selado em 1818.
Colômbia
O Comunero Revolta de 1781 foi suprimido. Em 1810, uma junta foi formada em Bogotá e na luta pela independência continuou. A República da Grande Colômbia foi formada em 1819 e incluiu a Colômbia, Venezuela, Panamá e Equador. A união dividida em 1830.
Costa Rica
Independência da Espanha em 1821 parte dos Estados Unidos da América Central até a independência total em 1838.
Cuba
Em 1898, Espanha abandonou Cuba para os Estados Unidos. Cuba garantiu a sua independência em 1902.
República Dominicana
Declarou a independência em 1821, mas foi invadida por Haiti apenas algumas semanas mais tarde e ocupou até 1844. ataques haitianos significava que a República Dominicana voltou para o império espanhol entre 1861 e 1865.
Equador
A junta foi formada em Quito em 1809, mas a rebelião foi esmagada em 1812 Após a independência da Espanha em 1822, o Equador passou a fazer parte da República da Grande Colômbia. Ele retirou-se da união em 1830.
El Salvador
Independência em 1821 parte das Províncias Unidas da América Central até a região se separou em 1838 Nomeado El Salvador, em 1844.
Guatemala
Independência em 1821 parte das Províncias Unidas da América Central, uma federação formada em 1821, que também incluiu El Salvador, Honduras, Costa Rica e Nicarágua e dissolvida em 1838.
Honduras
Independência em 1821 Honduras separou-se as Províncias Unidas da América Central em 1838.
México
Guerra pela independência começou em 1810 Independência foi conquistada em 1821.
Nicarágua
Independência em 1821 Nicarágua separou-se as Províncias Unidas da América Central em 1838.
Panamá
Independência da Espanha em 1821 e, em seguida, tornou-se parte da República da Grande Colômbia. Tornou-se uma nação independente em 1903.
Paraguai
Independência da Espanha em 1811.
Peru
O levante Túpac Amaru em 1780 foi suprimido. Independência declarada em 1821.
Uruguai
Ocupado pelo Português e, em seguida, o Brasil recém-independente desde 1816 torna-se uma nação independente em 1828.
Venezuela
Em 1806, Francisco de Miranda lançou uma tentativa frustrada de libertar a Venezuela. Luta revolucionária começou de novo em 1810, mas a autoridade espanhola foi restaurada até 1821 Venezuela se separou da República da Grande Colômbia, em 1829.
Independência da América Espanhola
Simon Bolivar
Os principais atores da independência da Espanha teatro de guerra foram Simon Bolívar e José de San Martin , conhecido como os libertadores , e os líderes dos monarquistas foram Pablo Morillo e Viceroy Fernando Abascal.
Apesar dos esforços do país europeu para manter suas colônias como acampamentos de verão, mais cedo ou mais tarde, cada país da América do Sul ganhou sua independência da Espanha ao custo de sangue e morte e:
Primeiro Império Mexicano
Grande Colômbia
Províncias Unidas do Rio de la Plata
Chile
Peru
Bolívia
Eventualmente, estas primeiras nações resultaria em que os atuais:
Colômbia
Argentina
Uruguai
Chile
México
Equador
Peru
Bolívia
Panamá
Paraguai
Venezuela
México
Guatemala
El Salvador
Honduras
Nicarágua
Costa Rica
Brasil (o Brasil se tornou independente de Portugal, e não Espanha).
No entanto, o Caribe, Cuba e Porto Rico permaneceram parte do reino espanhol até 1898.

As Conseqüências

Muitas regiões da América do Sul foram empobrecidos após as guerras de independência, principalmente devido ao desaparecimento do monopólio do comércio e protecionismo. Eles simplesmente não podiam competir com a Europa e Bolívar sonho de criar os Estados Unidos da América do Sul não no Congresso do Panamá em 1826.
Independência da América Espanhola
Congresso do Panamá
No entanto, alguns são da opinião de que a independência da Espanha se beneficiou dos novos estados, porque eles tiveram a oportunidade de desenvolver em relação às suas próprias necessidades. Infelizmente não houve mudanças sociais reais para as raças misturadas, crioulos ou raças indígenas e escravos.
O espanhol parecia bastante indiferente, eles simplesmente não achava que era o seu problema. Para os comerciantes eo governo, uma importante fonte de renda desapareceu por completo, especialmente para a tesouraria. Mas a imersão em espanhol em suas próprias guerras civis estava em seu auge, esta ea perda de suas colônias americanas feitas de Espanha aa segunda potência mundial ordem.

5 de ago. de 2019

31 de jul. de 2019

Era Napoleônica - Esquema em tópicos


A ERA NAPOLEÔNICA (1799-1815)

01. NAPOLEÃO BONAPARTE (1769-1821) notável militar e excelente administrador
a) Antecedentes: família da pequena nobreza corsa (Ilha de Córsega)
b) Ascensão carreira militar meteórica: vitórias militares; grande popularidade: golpe de Estado (09/11/1799) derrubou o Diretório e instalou o Consulado. Napoleão teve o apoio do exército, da burguesia e do campesinato.

02. REALIZAÇÕES DE NAPOLEÃO:
§ Garantiu a manutenção dos interesses da burguesia;
§ Restabeleceu as relações com a Igreja;
§ Combateu os principais problemas econômicos franceses:
§ Diminuiu o preço do pão;
§ Executou grandes obras públicas (para reduzir o desemprego);
§ Manteve a divisão de terras realizadas durante a revolução (para garantir o apoio dos camponeses).
§ Empreendeu uma ampla reforma no ensino (possibilitando à pequena e média burguesia a ascensão social);
§ Realizou uma compilação de leis: O Código Napoleônico.

03. O CÓDIGO NAPOLEÔNICO:
§ Garantia de liberdade individual;
§ Igualdade perante a lei;
§ Direito à propriedade privada.

§ 1802 Napoleão declara-se cônsul vitalício.
§ 1804 Napoleão declare-se imperador.
ü Napoleão que destruir a Inglaterra, mas perde na Batalha de Trafalgar (1805). Ganha da Rússia na Batalha de Austerlitz (1805).

04. FASES DO PERÍODO
a) CONSULADO (1799-1804): 
Centralização político-administrativa
Código Napoleônico;
Concordata com a Igreja Católica (1801)

b) IMPÉRIO (1804-1814) política militarista e imperialista (guerras napoleônicas); Bloqueio Continental (1806): primeiras derrotas da França.

c) GOVERNO DOS CEM DIAS (1815) tentativa de restaurar o império napoleônico: Batalha de Waterloo (derrota definitiva de Napoleão Bonaparte).

05. FATORES RESPONSÁVEIS PELA QUEDA DO IMPÉRIO NAPOLEÔNICO
a) Reação nacionalista dos povos conquistados
b) Fracasso do Bloqueio Continental
c) Derrotas militares na Espanha (1808) e Rússia (I812)
d) Coligações européias contra a França
e) Desgaste da política militarista

06. SIGNIFICADO DO PERÍODO:
a) Consolidação interna das instituições burguesas criadas pela Revolução Francesa.
b) Expansão externa dos ideais da Revolução Francesa, das leis e das instituições burguesas através das conquistas napoleônicas.

07. CONSEQUÊNCIAS:
a) Obra administrativa de Napoleão: Código Civil, Banco da França; construção de Liceus, etc.
b) Intensificação do processo de independência das colônias latino-americanas.
c) Eclosão de movimentos nacionalistas e liberais na Europa.
d) Expansão dos ideais de modernização política e econômica da burguesia pela Europa.
e) Modificação do mapa político europeu.
f) Congresso de Viena (1814-1815)